Todas as cidades têm problemas, mas o Porto (e Lisboa também), têm um que vale por muitos: a progressiva desertificação do seu centro e o aumento progressivo do valor dos terrenos ou imóveis que nele se situam. Isto, associado à auto-regulação/gestão do mercado imobiliário preconizada pelo governo e autarquia, vai deixar a cidade refém ora da vontade dos proprietários, ora da ganância de grandes grupos económicos, pois são estes últimos os únicos com possibilidades financeiras para recuperar ou construir no centro urbano...
in http://silviasemfiltro.blogspot.com/2005/09/eu-no-sei-mas-quer-me-parecer.html
Existe evidentemente uma dualidade, ou pluralidade de opiniões no que respeita ao tratamento da paisagem urbana, da reconversão dos edifícios obsoletos e da criação de novos imóveis como se constata nos meios de comunicação sociais. Por um lado alguns arquitectos, sacralizam toda e qualquer pedra com mais de 50 anos (mais ou menos) e ripostam contra todo o projecto de maior envergadura que por aí apareça onde não aprecie quer o uso proposto, os materiais ou técnicas construtivas.
Por vezes critica-se por criticar, para marcar apenas uma posição contrária à de aquele ou outro autarca que não joga na nossa cor politica. Por outras desdenha-se o que se vai fazendo, tudo é passível de ser criticado e de lhe serem apontes defeitos, para uns é uma vergonha o que se fez por exemplo com o armazém do bacalhau em Massarelos, para outros é vergonha quando não se faz nada…No entanto mais vale não deixar de fazer (nem que não seja ao nosso melhor gosto) do que deixar ruir. Mas tudo isto é afinal típico de uma sociedade democrata que tudo faz para manifestar o seu desejo e direito à democracia. Veja-se o futebol ou a política nos seus adeptos de bancada ou nos palpiteiros, grevistas, comodistas ou contrariadores respectivamente.
O Porto é uma cidade envelhecida, sem grande atracção devido à degradação do seu centro e à desertificação e problemas sociais em pontos nevrálgicos e por tudo isso é difícil que o mercado imobiliário aposte seriamente em remar contra a maré.
Quanto ao Douro, Restam-lhe de facto poucas hipóteses, não conseguirá facilmente ser uma via de transporte para barcos de grande calado e por isso nunca será um porto Marítimo com as proporções dos tempos passados, Mas as embarcações de recreio ainda se vão mantendo pois têm mercado que até nem é exclusivamente estrangeiro. Tal como os desportos náuticos e as pescarias que hão de continuar existindo enquanto houver peixe. Lembro ainda que um evento esporádico como o Red Bull Air Race levou 650 mil pessoas às suas margens e só por isso ser um adereço cenográfico não é a desgraça que se manifesta.
No Porto está muito bem a regra de não construir de raiz havendo tantos edifícios a morrerem ao abandono. Concordo absolutamente que uma fábrica que nunca mais será uma fábrica possa ser convertida noutra coisa qualquer que se entenda fazer falta com o devido cuidado quanto ao planeamento urbano para o local em questão e algum bom senso no que se refere a preservar a tal memória colectiva de um espaço.
in http://silviasemfiltro.blogspot.com/2005/09/eu-no-sei-mas-quer-me-parecer.html
Existe evidentemente uma dualidade, ou pluralidade de opiniões no que respeita ao tratamento da paisagem urbana, da reconversão dos edifícios obsoletos e da criação de novos imóveis como se constata nos meios de comunicação sociais. Por um lado alguns arquitectos, sacralizam toda e qualquer pedra com mais de 50 anos (mais ou menos) e ripostam contra todo o projecto de maior envergadura que por aí apareça onde não aprecie quer o uso proposto, os materiais ou técnicas construtivas.
Por vezes critica-se por criticar, para marcar apenas uma posição contrária à de aquele ou outro autarca que não joga na nossa cor politica. Por outras desdenha-se o que se vai fazendo, tudo é passível de ser criticado e de lhe serem apontes defeitos, para uns é uma vergonha o que se fez por exemplo com o armazém do bacalhau em Massarelos, para outros é vergonha quando não se faz nada…No entanto mais vale não deixar de fazer (nem que não seja ao nosso melhor gosto) do que deixar ruir. Mas tudo isto é afinal típico de uma sociedade democrata que tudo faz para manifestar o seu desejo e direito à democracia. Veja-se o futebol ou a política nos seus adeptos de bancada ou nos palpiteiros, grevistas, comodistas ou contrariadores respectivamente.
O Porto é uma cidade envelhecida, sem grande atracção devido à degradação do seu centro e à desertificação e problemas sociais em pontos nevrálgicos e por tudo isso é difícil que o mercado imobiliário aposte seriamente em remar contra a maré.
Quanto ao Douro, Restam-lhe de facto poucas hipóteses, não conseguirá facilmente ser uma via de transporte para barcos de grande calado e por isso nunca será um porto Marítimo com as proporções dos tempos passados, Mas as embarcações de recreio ainda se vão mantendo pois têm mercado que até nem é exclusivamente estrangeiro. Tal como os desportos náuticos e as pescarias que hão de continuar existindo enquanto houver peixe. Lembro ainda que um evento esporádico como o Red Bull Air Race levou 650 mil pessoas às suas margens e só por isso ser um adereço cenográfico não é a desgraça que se manifesta.
No Porto está muito bem a regra de não construir de raiz havendo tantos edifícios a morrerem ao abandono. Concordo absolutamente que uma fábrica que nunca mais será uma fábrica possa ser convertida noutra coisa qualquer que se entenda fazer falta com o devido cuidado quanto ao planeamento urbano para o local em questão e algum bom senso no que se refere a preservar a tal memória colectiva de um espaço.