(Adaptado de:
Este estudo insere-se no programa da disciplina de Urbanismo do curso superior de Arquitectura pela escola superior artística do porto (ESAP).
O método aplicado neste estudo consistiu, numa primeira fase num levantamento de informação imediatamente disponível que se baseou em páginas de Internet respeitantes ao concelho de Carrazeda de Ansiães, mapas e fotografias diversas e pesquisa bibliográfica de estudos monográficos ou arqueológicos da região, procurando estabelecer uma linha de tempo dos acontecimentos marcantes na região desde o inicio da sua povoação e dessa recolha, quanto ao povoamento diz respeito este, “deve ser anterior à formação de Portugal (séc. XII), já que existem por ali antas pré – históricas por um lado, e por outro o facto de muitos historiadores defenderem que a povoação se terá fundado sobre um castelo ou castro (possivelmente celta ou pós celta) que ali havia, onde mais tarde se constrói o castelo de Vilarinho. “In (Conheça a nossa terra – Carrazeda de Ansiães)
Sabendo tal e procurando antever o aspecto geral da vila pelos seus pontos marcantes constatei que o castelo já não existe,“são praticamente inexistentes, vestígios estruturais. O crescimento do núcleo urbano da actual aldeia acabou por destruir os indícios materiais da estrutura castelar e da sua planta nada se sabe, os únicos vestígios actualmente visíveis resumem-se a alguns entalhes patentes no afloramento granítico onde outrora assentaram antigas construções…” adaptado de António Luís Pereira, património arqueológico do concelho de Carrazeda de Ansiães, assim sem castelo , mas com a certeza que tendo sido vila aqui tenham ocorrido factos relevantes a nível regional constata-se que foi concelho medieval com alguma importância mesmo em termos populacionais de onde estrategicamente se defendiam o planalto da Lousa e a região do Castedo planalto e a serra de seixo de Ansiães durante e após a reconquista cristã .
A aldeia pode ser descrita como uma localidade isolada no cume de um monte à qual se acede por uma estrada municipal pelo lado norte ligeiramente aplanado. Na entrada da vila está localizada uma” travessa da fonte” e mais á frente um “largo do pelourinho” onde justaposto está um pequeno monte pelo qual irrompe a rua do castelo.
Quase todas as casas são de pedra de granito (material abundante na região), apresentando algumas sinais de precariedade e outras adaptações que as foram tornando habitáveis até hoje, destas muitas foram rebocadas, ampliadas ou serviram de anexos a novas habitações construídas já neste século pois os seus materiais constitutivos assim o indicam.
Numa análise imediata dos aspectos vernaculares de construção verifica-se a presença de padieiras e ombreiras em pedra aparelhada (por vezes com um recorte curvo na padieira) com acesso lateral por escada e telhados de uma ou duas águas em telha caleira e mais recentemente de telha Marselha em asnas de madeira.
A tipologia é por vezes repetida mesmo em casos mais recentes.
Foi igualmente possível com a colaboração de um habitante (não identificado) fazer um percurso guiado pelos pontos de referência ainda não reconhecidos.
Foram–me mostradas duas casas brasonadas, a antiga cadeia, a igreja principal e alguns dos vários “passos “ que assinalam o percurso e as paragens das procissões religiosas.
Com a vista cheia e com muitas interrogações a fazer voltei-me para uma análise histórica dos povoamentos da península desde a pré historia procurando filtrar os acontecimentos marcantes a nível de ocupação e desenvolvimento em geral e em particular os que respeitam a esta região.
Esta, é composta por vários aglomerados dispersos em forma de aldeias que se desenvolvem em pontos particulares como cumes mais altos dos montes, encostas para os rios tua e douro ou encostas aplanadas para alem de os próprios acessos entre aldeias favorecerem o aparecimento de outras em pontos intermédios.
Em qualquer dos casos haverão sempre factores, como a presença de fontes ou terras irrigadas com capacidade de produção agrícola, condicionantes da própria actividade económica sustentadora do local.
Assim segundo consta, esta povoação já desde tempos remotos explora os solos das suas encostas em especial a vertente a nascente pois nesta encontra-se o caminho que pelo vale segue para o Douro. Também ao longo deste vale corre um ribeiro onde se encontram antigas azenhas e uma ponte dita romana.
Ainda que por aqui próximo existam vestígios de ocupação anterior à época romana, será com esta civilização que desenvolverá a formação deste aglomerado.
Encontrei por cá algumas construções com arcos de volta perfeita como a pós denominada fonte da Urraca e a igreja de santo António para alem de dois relógios de sol com numeração romana.
A própria toponímia “castanheira” influi para a existência de cultivo desta mesma espécie trazida pelos romanos para a península tal como a oliveiras e a vinha.
Estes aspectos serão reflexos de uma actividade económica de exploração destes recursos levando à existência de estruturas para a sua transformação tais como lagares e impulsionam provavelmente o seu comércio em feira.
Já em plena época de reconquista creio que numa primeira fase se terá mantido a muralha da fortificação em volta da qual se terão desenvolvido os arrabaldes na direcção sueste pois esta é atravessada ainda pelo principal acesso ao douro por onde segundo relatos de habitantes da aldeia sempre existiu uma rota comercial de gado bovino, cereais, azeite, cestaria e vinho.
Numa época de reocupação incentivada com regalias por cá surgiram alguns senhorios e como fazem constar as histórias em volta de uma eventual asilo temporário a dona Urraca de Castela. Assim se conclui que pelo menos um senhorio se haveria aqui estabelecido.
Por volta desta época se terão condensado as habitações próximas ao núcleo expandindo-se depois para nascente e a produção económica do lugar crescido consideravelmente pois em 1218 d Afonso II concederá o primeiro foral a Vilarinho da Castanheira.
A contra reforma chegou a esta região sob a forma de novas igrejas e passos que assinalam o percurso da Via Sacra que já percorre novos arruamentos e o circuito desta procissão começa na rua da cadeia na Igreja Matriz de S. Sebastião passando junto à fonte do mergulho em direcção à ermida da Sra. da Fé voltando pela sua rua direita e rossio entrando novamente na rua da cadeia.
Este percurso demonstra a existência de marcos significativos nos arruamentos por onde passa e se rezavam as Ladainhas. Na Baixa Idade Média estariam já traçados novos arruamentos ao longo dos quais surgiram novas capelas e igrejas.
Na zona sul da localidade, localizam-se as casas da plebe, com um carácter pobre em granito tosco constituindo pequenas cintas de arrabalde em volta do perímetro da feira e muralha, estas casas dispõem-se também ao longo do acesso que do douro faz ligação ao núcleo sendo provavelmente uma das rotas de mercadorias vindas deste rio.
Esta zona é hoje conhecida como o fundo de vila ou bairro de santo António e é onde se localiza aquela que julgamos ser a a igreja mais antiga no cruzamento com a rua que circunda o núcleo até ao largo do pelourinho assumido como o rossio.
As razões para se assumir este largo como rossio (que na ausência de uma eventual câmara se supõe ter sido ser o centro cívico do local) são o facto de se notar uma distribuição enraizada para pontos notáveis como as fontes, a estrada que atravessa a aldeias e a que acede ao castelo.
Nesta última, a chamada rua do castelo (antiga rua direita onde as casas se sucedem acompanhando a altimetria e a organicidade desta) surge um outro arrabalde e mais à frente uma bifurcação, uma via levando à possível porta do castelo e a outra, à feira.
Na vertente Este do monte onde se situa Vilarinho, localizam-se os principais edifícios religiosos e públicos que regulavam a comunidade. Constam nesse rol a cadeia, quatro casas ou solares brasonados, a antiga escola primária e a casa do padre. Assim segundo o habitante da povoação que descrevem a povoação em quatro bairros o mais nobre e fidalgo será o chamado “bairro da cadeia “.
Segundo inscrições diversas nas padieiras de alguns edifícios, para além do próprio estilo adoptado nas decorações das igrejas é possível datar esta expansão até ao século XVIII, altura em que a vila atinge o seu pico de crescimento.
Ainda que se note uma certa influência espanhola quanto ao feitio e posição (centrado) dos campanários das igrejas elas obedecem a uma norma barroca.
O crescimento foi todavia acompanhado pelo desmembramento do castelo do qual se aproveitaram as grandes pedras de cantaria que constituem a maior parte dos edifícios notáveis e mesmo a população em geral desse facto tirou proveito já que muitas habitações apresentam ornamentos em pedra descontextualizados do seu lugar original tal como uma estela funerária numa parede acrescentada ao edifício da cadeia, hoje transformado em habitação e uma outra escultura de significado ambíguo, representando uma serpente usada como padieira, estes hábitos são todavia comuns e nota-se que por toda a região se dão aproveitamentos deste género.
No ultimo século a povoação tem vindo a expandir-se pela estrada que liga a vila flor e ao longo desta cresceram outros serviços como a casa do povo e junta de freguesia, a nova escola primária, e os lagares já obsoletos mas com uma imponência que demonstra da sua utilidade passada. Também algumas habitações para lá da Sra. da fé são já construídas em alvenaria com estrutura de betão armado e iniciam o próximo passo no “crescimento” estagnado da antiga vila.
Da análise feita focando duas épocas distintas da vida desta localidade se constata que o crescimento que esta teve em dez séculos ameaça agora regredir. Vilarinho da castanheira é hoje tal como a generalidade das povoações vizinhas uma aldeia envelhecida.
Outrora com condicionante favoráveis ao seu crescimento como a fertilidade do planalto, a proximidade relativa ao douro (actuando como entreposto comercial) e mesmo a posição estrego-militar viu perder o seu foral em 1853 por razões politicas e com a modernidade à porta foi ficando isolada no monte.
Ainda na ressaca da perda dos seus serviços públicos, (Outros pólos haviam crescido), Vilarinho da Castanheira encontrar-se-á descentralizado sem grande proveito da antiga rota comercial esquecida em favor dos novos e melhores trajectos que por ali não passam.
Mais tarde surge ainda a emigração massiva, tal como em praticamente todo o distrito de Bragança, e o pouco progresso que a antiga vila irá ter (e tem tido) é vindo de fora espontaneamente e será este a deixar marcas para o futuro.
Bibliografia
· AGUILAR, José - Carrazeda de Anciães e seu termo, Esboço e subsídios para uma monografia, Colecção Silva Pereira, 1980
· FERREIRA, Cândida Florinda -Carrazeda de Ansiães (notas monográficas) col. Silva Pereira
· SOUSA, Fernando in alto Douro superior.
· Grande enciclopédia Portuguesa-Brasileira
· Dicionário enciclopédico das freguesias 3º volume
· PEREIRA, Luís e LOPES, Isabel Alexandra Justo – Património Arqueológico do Concelho de Carrazeda de Ansiães, ed CMCA
· TAVARES, Virgílio – conheça a nossa terra Carrazeda de Ansiães
· ALVES, Francisco Manuel –memorias Arqueológico-históricas do distrito de Bragança (vários volumes)
Sabendo tal e procurando antever o aspecto geral da vila pelos seus pontos marcantes constatei que o castelo já não existe,“são praticamente inexistentes, vestígios estruturais. O crescimento do núcleo urbano da actual aldeia acabou por destruir os indícios materiais da estrutura castelar e da sua planta nada se sabe, os únicos vestígios actualmente visíveis resumem-se a alguns entalhes patentes no afloramento granítico onde outrora assentaram antigas construções…” adaptado de António Luís Pereira, património arqueológico do concelho de Carrazeda de Ansiães, assim sem castelo , mas com a certeza que tendo sido vila aqui tenham ocorrido factos relevantes a nível regional constata-se que foi concelho medieval com alguma importância mesmo em termos populacionais de onde estrategicamente se defendiam o planalto da Lousa e a região do Castedo planalto e a serra de seixo de Ansiães durante e após a reconquista cristã .
A aldeia pode ser descrita como uma localidade isolada no cume de um monte à qual se acede por uma estrada municipal pelo lado norte ligeiramente aplanado. Na entrada da vila está localizada uma” travessa da fonte” e mais á frente um “largo do pelourinho” onde justaposto está um pequeno monte pelo qual irrompe a rua do castelo.
Quase todas as casas são de pedra de granito (material abundante na região), apresentando algumas sinais de precariedade e outras adaptações que as foram tornando habitáveis até hoje, destas muitas foram rebocadas, ampliadas ou serviram de anexos a novas habitações construídas já neste século pois os seus materiais constitutivos assim o indicam.
Numa análise imediata dos aspectos vernaculares de construção verifica-se a presença de padieiras e ombreiras em pedra aparelhada (por vezes com um recorte curvo na padieira) com acesso lateral por escada e telhados de uma ou duas águas em telha caleira e mais recentemente de telha Marselha em asnas de madeira.
A tipologia é por vezes repetida mesmo em casos mais recentes.
Foi igualmente possível com a colaboração de um habitante (não identificado) fazer um percurso guiado pelos pontos de referência ainda não reconhecidos.
Foram–me mostradas duas casas brasonadas, a antiga cadeia, a igreja principal e alguns dos vários “passos “ que assinalam o percurso e as paragens das procissões religiosas.
Com a vista cheia e com muitas interrogações a fazer voltei-me para uma análise histórica dos povoamentos da península desde a pré historia procurando filtrar os acontecimentos marcantes a nível de ocupação e desenvolvimento em geral e em particular os que respeitam a esta região.
Esta, é composta por vários aglomerados dispersos em forma de aldeias que se desenvolvem em pontos particulares como cumes mais altos dos montes, encostas para os rios tua e douro ou encostas aplanadas para alem de os próprios acessos entre aldeias favorecerem o aparecimento de outras em pontos intermédios.
Em qualquer dos casos haverão sempre factores, como a presença de fontes ou terras irrigadas com capacidade de produção agrícola, condicionantes da própria actividade económica sustentadora do local.
Assim segundo consta, esta povoação já desde tempos remotos explora os solos das suas encostas em especial a vertente a nascente pois nesta encontra-se o caminho que pelo vale segue para o Douro. Também ao longo deste vale corre um ribeiro onde se encontram antigas azenhas e uma ponte dita romana.
Ainda que por aqui próximo existam vestígios de ocupação anterior à época romana, será com esta civilização que desenvolverá a formação deste aglomerado.
Encontrei por cá algumas construções com arcos de volta perfeita como a pós denominada fonte da Urraca e a igreja de santo António para alem de dois relógios de sol com numeração romana.
A própria toponímia “castanheira” influi para a existência de cultivo desta mesma espécie trazida pelos romanos para a península tal como a oliveiras e a vinha.
Estes aspectos serão reflexos de uma actividade económica de exploração destes recursos levando à existência de estruturas para a sua transformação tais como lagares e impulsionam provavelmente o seu comércio em feira.
Já em plena época de reconquista creio que numa primeira fase se terá mantido a muralha da fortificação em volta da qual se terão desenvolvido os arrabaldes na direcção sueste pois esta é atravessada ainda pelo principal acesso ao douro por onde segundo relatos de habitantes da aldeia sempre existiu uma rota comercial de gado bovino, cereais, azeite, cestaria e vinho.
Numa época de reocupação incentivada com regalias por cá surgiram alguns senhorios e como fazem constar as histórias em volta de uma eventual asilo temporário a dona Urraca de Castela. Assim se conclui que pelo menos um senhorio se haveria aqui estabelecido.
Por volta desta época se terão condensado as habitações próximas ao núcleo expandindo-se depois para nascente e a produção económica do lugar crescido consideravelmente pois em 1218 d Afonso II concederá o primeiro foral a Vilarinho da Castanheira.
A contra reforma chegou a esta região sob a forma de novas igrejas e passos que assinalam o percurso da Via Sacra que já percorre novos arruamentos e o circuito desta procissão começa na rua da cadeia na Igreja Matriz de S. Sebastião passando junto à fonte do mergulho em direcção à ermida da Sra. da Fé voltando pela sua rua direita e rossio entrando novamente na rua da cadeia.
Este percurso demonstra a existência de marcos significativos nos arruamentos por onde passa e se rezavam as Ladainhas. Na Baixa Idade Média estariam já traçados novos arruamentos ao longo dos quais surgiram novas capelas e igrejas.
Na zona sul da localidade, localizam-se as casas da plebe, com um carácter pobre em granito tosco constituindo pequenas cintas de arrabalde em volta do perímetro da feira e muralha, estas casas dispõem-se também ao longo do acesso que do douro faz ligação ao núcleo sendo provavelmente uma das rotas de mercadorias vindas deste rio.
Esta zona é hoje conhecida como o fundo de vila ou bairro de santo António e é onde se localiza aquela que julgamos ser a a igreja mais antiga no cruzamento com a rua que circunda o núcleo até ao largo do pelourinho assumido como o rossio.
As razões para se assumir este largo como rossio (que na ausência de uma eventual câmara se supõe ter sido ser o centro cívico do local) são o facto de se notar uma distribuição enraizada para pontos notáveis como as fontes, a estrada que atravessa a aldeias e a que acede ao castelo.
Nesta última, a chamada rua do castelo (antiga rua direita onde as casas se sucedem acompanhando a altimetria e a organicidade desta) surge um outro arrabalde e mais à frente uma bifurcação, uma via levando à possível porta do castelo e a outra, à feira.
Na vertente Este do monte onde se situa Vilarinho, localizam-se os principais edifícios religiosos e públicos que regulavam a comunidade. Constam nesse rol a cadeia, quatro casas ou solares brasonados, a antiga escola primária e a casa do padre. Assim segundo o habitante da povoação que descrevem a povoação em quatro bairros o mais nobre e fidalgo será o chamado “bairro da cadeia “.
Segundo inscrições diversas nas padieiras de alguns edifícios, para além do próprio estilo adoptado nas decorações das igrejas é possível datar esta expansão até ao século XVIII, altura em que a vila atinge o seu pico de crescimento.
Ainda que se note uma certa influência espanhola quanto ao feitio e posição (centrado) dos campanários das igrejas elas obedecem a uma norma barroca.
O crescimento foi todavia acompanhado pelo desmembramento do castelo do qual se aproveitaram as grandes pedras de cantaria que constituem a maior parte dos edifícios notáveis e mesmo a população em geral desse facto tirou proveito já que muitas habitações apresentam ornamentos em pedra descontextualizados do seu lugar original tal como uma estela funerária numa parede acrescentada ao edifício da cadeia, hoje transformado em habitação e uma outra escultura de significado ambíguo, representando uma serpente usada como padieira, estes hábitos são todavia comuns e nota-se que por toda a região se dão aproveitamentos deste género.
No ultimo século a povoação tem vindo a expandir-se pela estrada que liga a vila flor e ao longo desta cresceram outros serviços como a casa do povo e junta de freguesia, a nova escola primária, e os lagares já obsoletos mas com uma imponência que demonstra da sua utilidade passada. Também algumas habitações para lá da Sra. da fé são já construídas em alvenaria com estrutura de betão armado e iniciam o próximo passo no “crescimento” estagnado da antiga vila.
Da análise feita focando duas épocas distintas da vida desta localidade se constata que o crescimento que esta teve em dez séculos ameaça agora regredir. Vilarinho da castanheira é hoje tal como a generalidade das povoações vizinhas uma aldeia envelhecida.
Outrora com condicionante favoráveis ao seu crescimento como a fertilidade do planalto, a proximidade relativa ao douro (actuando como entreposto comercial) e mesmo a posição estrego-militar viu perder o seu foral em 1853 por razões politicas e com a modernidade à porta foi ficando isolada no monte.
Ainda na ressaca da perda dos seus serviços públicos, (Outros pólos haviam crescido), Vilarinho da Castanheira encontrar-se-á descentralizado sem grande proveito da antiga rota comercial esquecida em favor dos novos e melhores trajectos que por ali não passam.
Mais tarde surge ainda a emigração massiva, tal como em praticamente todo o distrito de Bragança, e o pouco progresso que a antiga vila irá ter (e tem tido) é vindo de fora espontaneamente e será este a deixar marcas para o futuro.
Bibliografia
· AGUILAR, José - Carrazeda de Anciães e seu termo, Esboço e subsídios para uma monografia, Colecção Silva Pereira, 1980
· FERREIRA, Cândida Florinda -Carrazeda de Ansiães (notas monográficas) col. Silva Pereira
· SOUSA, Fernando in alto Douro superior.
· Grande enciclopédia Portuguesa-Brasileira
· Dicionário enciclopédico das freguesias 3º volume
· PEREIRA, Luís e LOPES, Isabel Alexandra Justo – Património Arqueológico do Concelho de Carrazeda de Ansiães, ed CMCA
· TAVARES, Virgílio – conheça a nossa terra Carrazeda de Ansiães
· ALVES, Francisco Manuel –memorias Arqueológico-históricas do distrito de Bragança (vários volumes)